É inevitável, tudo aquilo que nos cerca, tudo aquilo com que interagimos se torna parte de nós mesmos e permeia nossas vidas, sentimentos e sensações das mais diversas formas, conscientes e inconscientes.
Com o artista, claro, não é diferente. Mas, em nossa opinião, o que separa o artista de todos os demais é a forma pela qual ele devolve ao mundo o que vê, o que sente, o que o toca.
Da coroa imperial às nossas frutas tropicais, dos pássaros que aqui gorjeiam aos nossos cafezais em flor, o Brasil, sua história e suas nuances ganham um colorido magnífico quando vistos através dos olhos de Tania Bulhões, essa artista que nos encanta com a sua inesgotável capacidade de transformar o que é nosso em peças que transbordam aquela elegância e sofisticação que vêm tão naturalmente e sem esforço. Puro desejo, e tão típico de Tania, como, aliás, já fizemos questão de falar aqui.
Tudo começou com um esboço em crayon que depois ganhou a suavidade da aquarela e, em seguida, passou para a porcelana. Aos poucos, as formas e cores da deslumbrante flor do maracujá, perfumada e brasileira, foram se tornando louça nas habilidosas mãos de Tania Bulhões.
E assim, a partir do encantamento da artista com a beleza, alegria e exuberância do pomar em flor, surgiu mais uma verdadeira obra de arte: a Coleção Flor de Maracujá, formada por aparelho de jantar, chá e café.
Mas antes de chegar às prateleiras da marca com exclusividade – afinal, não há franquias ou pontos de venda de peças Tania Bulhões que não as lojas próprias – a Coleção Flor de Maracujá foi ser produzida em Limoges, na França, berço tradicional das melhores porcelanas do mundo. Por trás da ida a Limoges, a vontade insaciável de sempre oferecer o que há de melhor àqueles que, assim como nós, além de clientes se tornaram profundos admiradores da marca e da artista que lhe empresta o nome.
A diversidade de cores nos pincéis de Tania Bulhões, a intensificar a exuberância da Coleção Flor de Maracujá fez da sua produção um processo longo e delicado, no qual todos os tons foram pintados em conjunto e separadamente, demandando dezesseis “folhas” – como se diz no linguajar mais técnico – para se chegar ao resultado almejado.
No processo, Tania companhou tudo de perto e esteve pelo menos três vezes em Limoges para, ao lado dos artesãos locais, trabalhar dias e dias até que chegassem às cores verdadeiramente fiéis à sua paleta. Só então, depois de tudo absolutamente perfeito em todos os detalhes, a Coleção Flor de Maracujá adquiriu contorno de obra acabada e pôde finalmente desembarcar no Brasil.
Mas, por mérito e honra próprios, houve um exemplar da Coleção Flor de Maracujá que permaneceu e permanecerá no coração da cidade francesa.
Tania Bulhões foi a primeira e a única artista brasileira a ser premiada em Limoges, conquistando o direito de expor a sua Flor de Maracujá na Galerie des Hospices, onde também estão obras em porcelana dos mais renomados artistas do mundo.Lado a lado com a Flor da Maracujá, a louça pintada por Monet, pai do Impressionismo e autor da revolução pela qual arte passou a refletir menos a realidade exata que a realidade do mundo tal como visto, sentido e tocado pelo próprio artista, a arte através do olhar de quem a faz.
Um trabalho admirável, uma coleção para se ter para sempre e passar para as próximas gerações, agregando histórias de encontros alegres, descontraídos e animados àquela história maravilhosa que a Flor de Maracujá já contou até aqui.